Vamos
começar a história mais impressionante que já presenciei.
Iniciei
a minha jornada em julho de 2014. Fui internada com infecção no pulmão. Fiquei
15 dias sujeita a todo o tipo de tratamento e muito antibiótico. Passei
aniversário do meu filho e dia dos pais no hospital. Sempre recebendo muito
carinho de todos. Da família, dos amigos e dos profissionais. Não tenho do que
reclamar.
Saí do hospital dia 10/08 às 22 horas com uma lista de remédios, pois ainda continuava com infecção. E a expectativa do resultado de uma biopsia.
O que é relevante nesta história, é que comecei a observar todos
os tipos de sentimentos que nos são acometidos. Você sabe que existe um exame
que vai dar um resultado para o qual você deve está preparado. MAS...
Está?
Não. Após o resultado depois de sair do estado de choque, claro. Comecei a
observar o comportamento das pessoas em relação a mim.
Eu sabia que precisava ser forte e transferir a doença para uma
outra “eu”. Mas não esta EU. Esta não tem nada é saudável e feliz. Procurei ler
bons livros de Auto-ajuda. Aqueles que te orientam no sentido que tudo que
acontece em nossa vida é responsabilidade nossa. Nada de culpar Deus, ou seja,
lá quem for. Então se a responsabilidade é minha, vamos ver o que eu posso
fazer para transformar esta tragédia em algo bom.
Nestes momentos aparece na tua vida todo tipo de salvador. As
pessoas te condenam a morte e resolvem salvar tua alma. É tanta religião que
você nem sabia que existia. E os comentários então: “Isso é doença kármica”, ou
hereditária, e não sei se é só comigo, mas as pessoas me enchem o saco só
porque não dou vazão para a doença. Eu acredito sinceramente que sou saudável.
Mas noto com muita tristeza, que algumas pessoas querem te ver abatida e
desanimada para poderem se sentir útil de dando conselhos e falando de outros
casos que conheceu, dos resultados nem sempre bons. Pois o objetivo é este.
Tentam te converter para a religião deles que é sempre a melhor. E por aí vai.
Infelizmente, alguns amigos e até parentes, não te deixam esquecer
a doença e na tentativa de te ajudar te coloca cada vez mais pra baixo.
Que tipo de doença é essa que não se pode nem pronunciar o
seu nome? Já perceberam que as pessoas relutam em falar o nome de tal doença?
Sim porque não é uma simples doença é uma entidade do mal. Percebam que tal
entidade não respeita ninguém. Nem religião, nem posição social nem idade,
enfim parece assustador colocar a doença neste patamar, mas é o que ela é: O Mal
(e nesse caso acho que com “u” é mais apropriado o comentário... Mas vamos analisar
as possibilidades, nosso corpo é composto de células, trilhões delas que
trabalham em harmonia e cuida de tudo que não está correto no seu corpo. Mas de
repente uma, umazinha desafina e sai da harmonia. Ela se tornou a maldade e
tenta destruir todas as outras células, a força que ela impõe é tão forte na
tentativa de vencer que as pessoas esquecem que podem ajudar na recuperação
apenas não dando espaço par a doença progredir. E como faz isso? Com força. Não
é fácil eu sei, estou tentando também. Mas não me entrego. Sei com o que estou
lidando.
Prestem
bem atenção. A primeira coisa que esta entidade do mal faz para te derrubar é
te deixar pra baixo. Você perde a força e as células vão enfraquecendo e
deixando espaço para a maligna. E se agente deixar se abrir a guarda ela vence.
Não deixe que teus familiares e amigos te olhem com cara de piedade. Eles não
sabem o mal que estão fazendo. Relutem se for o caso seja bruto, se coloque e
acreditem não deixe o medo tomar conta.
Eu li num dos livros a seguinte observação: O medo é apenas
um alerta. Cuide dele como um amigo que tenta te ajudar. Ele aparece e diz:
fique preparado e seja forte. Então, agradeça o aviso e fique alerta, apenas
alerta, esta é a função do medo.
E este maligno, será que é tão maligno assim? Vocês já
observaram o discurso de todas as pessoas que passaram por esta experiência? O
que elas dizem? Depois de passar por esta experiência, comecei a ver a vida de
um modo diferente, gosto mais da vida, me sinto mais feliz, abençoada e etc.
Eu não levanto bandeira para nenhuma religião, todavia
acredito na lei da vida, aquela que me dá livre arbítrio para eu decidir o que
fazer. Sei que faço parte de um todo perfeito e não estou aqui a passeio e nem
quero. Preciso descobrir o que eu posso fazer antes de partir. Por isso não
acredito como muitos pensam que esta doença é um castigo. Caso fosse, as
crianças não seriam acometidas de tal diagnóstico, e os bandidos sim.
Mas vejam, existe um propósito. Se a pessoa está com muita
dor, não vai ter condições de ser altruísta. Mas conheci muita gente no
hospital que estão aparentemente bem, fortes e é para estas pessoas que eu
gostaria de falar. Às vezes as pessoas a nossa volta é que nos deixam fracas.
Não é porque você está com esta doença, que vai morrer dela. Nós todos vamos
morrer, mas as pessoas nos condenam com se não houvesse cura. Aproveite
enquanto está forte para enfrentar a maldade com determinação. E então você
pode descobrir que não existe maldade, existe um alerta, uma oportunidade para
você ajudar as pessoas que estão sofrendo deste ou de outros males.